terça-feira, 14 de julho de 2009

Je T’aime


Sexta-feira, olho para o céu e peço forças para continuar, as vezes não é fácil. Eu durmo mal. Sábado, acordo, tenho pressa, o dia é cheio, eu mal como, mal descanso. Ás 21:30 eu percebo que estou ficando velho demais para isso. Domingo, meu corpo acorda, eu não, permaneço em estado hiperbárico. Cumpro minha função e sento-me á calçada, digo á ingenuidade” Não sei, mas me sinto cansado. Vou para casa”. Eu continuo dormindo. Segunda-feira, acordo numa poça de lama, imundo olho para o mundo, te encontro, eu “Olá”, você diz “Olá”, já não somos mais, estranhos. Terça-feira descubro que já a conheço á décadas, você não pode ser real, mas a alegria é incontrolável. “Sua voz é linda”; lembro-me que foi a primeira coisa que eu te disse. Quarta-feira, te quero e quero agora, você que hoje não pode, não pode, eu não posso me conter, mas espero. Mal durmo de ansiedade.Você mal me deixa dormir. Quinta-feira, o grande dia, arquiteto tudo, faço estratagemas, o tempo é curto. Tudo e todos parecem estar contra mim, por um segundo acredito que não acontecerá, mas lá está você. Eu te vejo subir as escadarias, desastrada, tímida, linda, sua voz é realmente linda, te olhar é como olhar no espelho.Sexta-feira 12, são três da manhã, eu sou impulsivo, afinal este pode ser o último segundo, seus lábios, seus cabelos, seus olhos, tudo, tudo que não me deixa em paz. Sexta-feira, o dia, nem me lembro como foi, a noite, inesquecível, um beijo sela despedida. Sábado, por que será que sou tão irrequieto? Eu sei o que acontecerá, tento impedir, mas é inevitável. Domingo, somos completos estranhos, somos estranhos e incompletos. Segunda-feira, você sorri. Terça-feira, você diz “Olá, quero conversar”. Quarta-feira, teu sorriso me basta, te quero tanto quanto antes. Quinta-feira, somos amantes. Sexta-feira, quero te ver. Sábado, as paredes não podem descrever o que presenciam, você diz que me quer e me tem, eu sou um tolo, seu olhar vesgo, sua franja, seu sotaque, tudo tão literal. Domingo, três da manhã, ainda estou contigo, posso ler a tua mente, posso lê-la, te conto um segredo, você não percebe e até agora não percebeu. Domingo, você confia em mim. Segunda-feira, somos um. Terça-feira, quero te ver, aprendi uma música que você gosta. Quarta-feira, você esta trancada em seu calabouço. Quinta-feira, “Sábado será o grande dia. Que dia vai dar?”. Sexta-feira, leio tua mente, você é mais delicada do que uma bailarina de vidro, eu te deixo cair, você diz “Não, por agora”, eu ouço “Nunca mais”. Sábado, você me risca da sua agenda. Domingo, não nos conhecemos. Segunda-feira, espero você voltar. Terça-feira, eu leio sua mente. Quarta-feira, você diz... Quinta-feira. Sexta-feira. Sábado. Domingo. Segunda-feira. Terça - feira. Quarta-feira... Depois disso os dias são só dias, nem me lembro o que fiz, nem o que me fizeram. Não tive a oportunidade de me apaixonar por ti, não tive a oportunidade de te amar e acho que nunca as terei. A verdade é que amo outra. Nem me importo. Mas te admiro. Um dia talvez, em algum talk-show, eu explique melhor essa história, você irá sorrir, eu também. Essa sempre será uma boa história.

Um comentário: