quarta-feira, 24 de março de 2010

Trecho de "Em uma maré de azar"

"Eu costumava pensar que os personagens sim eram interessantes, e que os escritores eram os covardes que tentavam de alguma forma usar a escrita para se realizarem naquilo que jamais poderiam ser, pensei "Que diabos, eu quero é ser um personagem! Isso sim deve ser legal." e finalmente me tornei o que eu gostaria de ser "Um personagem". Mais uma porra de personagem, mas que merda; eu penso agora, os personagens não fazem nada, os escritores é que escolhem o que eles devem fazer ou deixar de fazer, só merda, são esteriótipos. Fudidos ou fodões, seja o que for são apenas personagens. Que se foda eu gostaria mesmo é de ser um escritor."

Besteiras essenciais

Vê como nos tornamos tão necessários um ao outro?
Vê?
Estranho...
Eu acho.
Vê como dois dias sem nos vermos são uma eternidade?
Pequenas eternidades.
Vê como as brigas são saborosas?
Vê?
O que é isso, eu não sei
Acho que são as besteiras essenciais.
Idiossincrasias
Destino
Estranho...
Você ainda é dissimulada
Eu uma icógnita
Porque
Ainda somos dois estranhos.

(Flávio Linhares)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sobre o azar.

Ela pergunta:
e vc esteve bem todos os dias?
Eu respondo:
(risos)
Eu estou anestesiado
Quase consigo ficar com raiva
mas não sai
Quase consigo ficar triste
mas não sai
Quase consigo ficar alegre
mas não tenho porque.

(Marcelo Prado)

terça-feira, 16 de março de 2010

Século XX

Sabe o que eu acho mais belo no século XX?
É essa capacidade escrota que adiquirimos de achar beleza na mediocridade.
Sim, a 50 anos atrás existia gente fazendo arte de verdade
Hoje, jogar o cartão de crédito no lixo pode ser arte.
Aprendemos a endeusar o medíocre
Afinal
Não existe nada mais original.

(Marcelo Prado)

Maturidade

Olha só
Eu preciso mudar
Eu sei que preciso
Mas mudar para o que?
Eu não consigo ser convencional, controlado.
Sei que tudo tem um limite
Mas ser simplesmente um homem comum...
Um homem contido demais é regido pela esposa.
Um homem extravagente demais é regido pelo pau.

Bem... eu ainda não tenho esposa.

(Alberto Salgado)