segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sozinho

"Suas mãos tristonhas recolhem as cartas da mesa, ele as embaralha e torna a distribuí-las."

Hipérbole emocionista:.
-Ultimamente estive a me questionar: se hoje sou o resto do homem que já fui um dia, ou se esse homem que outrora fui não passava de uma vã ilusão e todas aquelas virtudes, esperança e positivismo eram apenas inocência. Todo o meu ser dissipou-se ao defrontar a verdade, hoje compreendo que a verdade fere enquanto a mentira anestesia a alma flegelada e distorce a dor em virtudes, esperança e positivismo.

"Seu olhar vai ao longe, ele solta as cartas,dá um trago no cigarro e um trago no uísque."

A invenção da culpa:.
-Há uma certa convenção mística a respeito do perdão. Será que o perdão nos exime da culpa? Afinal de contas não muda nada. Será que eu realmente já perdoei? Ou será que me sinto aliviado por alguém estar carregando o peso dessa culpa? Se eu tivesse a chance de mudar o passado e fazer tudo melhor eu faria, mas e se eu tivesse a chance de um recomeço? Será que ao tentar mudar o passado eu obteria um resultado diferente do atual? E se eu tivesse a chance de um recomeço, será que optaria por experimenta-lo ou pela dúvida de não saber como poderia ter sido? Duvido das minhas certezas; sou humano. Será que minha razão poderá superar as minhas emoções? Será que eu racionalizaria as minhas emoções? O mais provável é que eu desenvolvesse sofismas; não menos lógicos do que a realidade é. Tudo me leva a crer que sou pior do que eles, mas com certeza existe alguém pior do que eu. Quando se monta um quebra-cabeça e se obtém um resultado diferente do imaginado é realmente frustrante.

"Ele sacode o dedo indicador, como quem indica algo, levanta, vai ao quarto, some por alguns intantes, volta com um dicionário."

Do vago a algo:.
-Vago: 1. não ocupado, vacante. 2. disponível. 3. que deixa muito a supor. 4. incerto, não fixo. 5. que não tem suficiente precisão. 6. errante, errático, vagabundo. 7. confuso, mal distinto. Ex:"seu olhar era sempre tão vago"
Algo: 1. alguma coisa. Ex: "Seu olhar sempre me escondia algo"
Como posso eu levantar algum debate filosófico mediante a uma situação tão simplória? Me acometem duas possibilidades: 1. Talvez eu seja um homem simplório. 2. todo mundo está pensando de fora para dentro. Quiçá? Ou talvez... talvez eu esteja apenas masturbando meu ego, para simular algum prazer na tentativa de amenizar a sensação de ser um tolo. Em que adianta pensar como um sábio e falar tanto quanto um tolo? Os tolos despejam tudo que sabem sem diligência; vulgarizando a sabedoria. Já os sábios sabem exatamente a hora de se calarem; tornando assim a sabedoria um prazer insigne.
Só os tolos se admiram com a sua própria sabedoria.
Nós nunca pararemos de aprender, mesmo quando estivermos nos esquecendo do que é decente e moral, ou quando estivermos perdendo a razão em decorrer da idade ou de alguma demência, teremos que aprender a nos lembrar do que racional.
Somos universos paralelos em constante expansão.
Somos divagações em ascensão.
Um mundo abastado de pessoas vagas em granjeio de algo.

"É assim que a filosofia se torna barata. Um cara bêbado, abandonado, choramingando besteiras, jogando baralho, sozinho."

Nenhum comentário:

Postar um comentário